Friday, February 27, 2009

Can't you hear it calling, Everybody's dancin' , Tonight everything is over,

I feel too young.

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Minha primeira crise de "lar" foi aos 16 anos. Eu tinha vivido os 11 anos anteriores no mesmo apartamento e, de repente, em alguns meses, minha família tinha ganhado 1 membro e estava se mudando para outro lugar. Foi um grande choque inicial. Nunca mais eu veria aquela casa, aquele quarto, cheio de histórias minhas. O banheiro que testemunhou tantas situações. É, desde então eu nunca mais vi aquele apartamento.

A última crise veio aos 21 e está entrando nos 22.

Mas hoje eu descobri que minha casa é onde meus cd's estiverem. Essa é minha casa, meu lar. Seja lá qual for o envolta, onde eles estiverem eu estarei me sentindo em casa.

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As coisas tomam outros significados. Constantemente. O que me fazia sorrir, depois chorar, hoje me faz um bem danado. E por aí vai...
Talvez por seu parte de mim. Por serem raros, quase intocados. Por serem só meus, impossíveis de compartilhar com outros pessoas. Vai sabe.

Aliás, preciso aprender isso. Aprender a reconhecer o que é meu. Irrecompartilhável (?). Porque não interessa a mais ninguém.

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"I bought a ticket to the end of the rainbow
I watched the stars crash in the sea
If I could ask God just one question"

Sunday, February 15, 2009

"Se o banco quebrar, se o dolar subir, a bolsa despencar, eu não tô nem aí. Do chão eu não passo."

"Porque a bolsa caiu
O balão do padre caiu
Até a Madonna também caiu
Do português, além da acentuação,
Caiu a cruz de malta pra segunda divisão"

Suvaco de Cristo.

Que comece o carnaval.
Porque eu só pretendo dormir com 22 anos. Mais conhecido como quarta de cinzas.

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Eu estava sentada no ônibus, ainda presa à minha cama. Quando olhei para o banco ao lado, havia um casal. E a menina parecia a Malu Magalhães. Mas parecia muito. Então lembrei da outra menina que parecia uma amiga minha. Pensei na teoria de que o número de formas (antigo fôrmas) é limitado, sendo assim, existem pessoas muito parecidas no mundo. Como serão as pessoas que parecem comigo? Na volta para casa, o menino de mochila que andava na rua era um sósia de um conhecido. Pensei em quantas vezes alguém já me viu andando na rua e eu não sei que a pessoa me viu. Cheguei em casa e tomei banho.

Thursday, February 12, 2009

"She's got electric boots, a mohair suit. You know I read it in a magazine.

Bennie and the Jets".

Tão repetitiva. Sou daquelas que deixa a música no repeat e esquece. Até tento mudar, mas a vontade de ouvir mais uma vez os acordes é maior que o pudor com a mania.

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"Para que serve a Providência divina se permite a morte de uma hajjala e deixa um Hmed devastar as rosas impunimente?"

"Acho que Deus nos ama a ponto de velar sobre nosso sonho mesmo se roncarmos."

"Ah, minha amêndoa! Não fique assim tão surpresa. E aprenda de uma vez por todas: diante dos pecados de uma mulher, os anjos são homens iguais aos outros."

Acabei. As últimas páginas dos livros são desesperadoras. Porque é impossível parar. Eu já caía de sono, a vista ficando embaçada. Não conseguia parar. Eu precisava saber o que mais ela tinha a dizer. Depois de acompanhar sua vida, suas intimidades de criança, menina, mulher, senhora de si e dos outros, o mínimo que eu poderia fazer era continuar lendo. Compartilhando daqueles horrores e daquelas maravilhas.

Preciso concordar com Badra/Nedjma: "Só a literatura possui uma eficácia de 'arma fartal'".
Não me parece que os relatos dela caibam em imagens em movimento, em texto cantado ou pinturas. A literatura serviu perfeitamente. Não sei exatamente o porquê. Como se os maiores absurdos reais não possam ser mostrados com obviedade. As palavras aliviam e permitem a pausa para degustação e horror.


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Um post sobre vício e outras coisas.

Wednesday, February 11, 2009

"O gosto da eternidade.

O mundo de repente tinha virado carícia. O mundo tinha virado beijo. Eu era apenas um lotus flutuante."

Agora só os outros falam por mim.