Tuesday, December 30, 2008

"Um barquinho a deslizar no macio azul do mar"

Ela veio me cumprimentar, mesmo eu estando suja e melada de praia. Dois beijinhos e alguns minutos de conversa, para me dizer o quanto minha mãe é uma pessoa ótima, boa, e como eu e meu irmão somos pessoas lindas. Contou a história do neto, que teve apendicite na véspera de Natal. A outra avó não conseguia atendimento para a criança e, intrigada, perguntou porquê ela sempre conseguia. O segredo? "É só você saber tratar as pessoas bem. Ser educada". Porque com educação e gentileza o movimento vai mais suave. Terminou com mais dois beijinhos e mais alguns minutos de elogios rasgados para minha mãe - "pessoa iluminada... como ela é boa..." - e para os filhos. Eu e meu irmão.

Chego em casa e está tocando uma ópera animadíssima. Música pela casa inteira. Uma senhorinha, nos seus 90 anos, sentada no sofá batendo palma, com um sorriso largo no rosto.

Amanhã a família vem.

E assim você percebe que as coisas estão melhorando. E voltando para seus devidos lugares.


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Então 2008 termina de forma nobre, com direito à areia, sol e água salgada.
2007 fechou com toda a tranquilidade merecida, 2008 começou de forma promissora e agora termina belo, poético, inteiro.

Uma ótima passagem de ano para todos. Os que estão perto e os que estão longe!

Wednesday, December 24, 2008

"Pensar - e sentir* - é mover-se no infinito"

Lacordaire



*nota da autora

Para Dukheim o ser humano é um (o único) ser utópico. Ele sonha, projeta, vê o real transfigurado. E esta é a transcendência - romper para além daquilo que é dado.

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Nós, humanos, construimos representações para entender o mundo. Nós ordenamos, damos significado e forma, racionalizamos. Projetamos uma lógica nossa para coisas inexplicáveis pelas nossas limitações. Tornamos mais concreto para nos relacionarmos com aquilo. Como numa terapia, quando é preciso falar o "problema" para, aí sim, começar a mexer nele.
Mas as representações não são as coisas em si. São "traduções das experiências originárias, mas não são as experiências originárias".
Aqui eu estou falando de Deus, dos sentimentos, das sensações, do tempo. Mas poderia estar falando de tudo. Absolutamente.

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"Então, transcendência , fundamentalmente, é essa capacidade de romper todos os limites, superar e violar os interditos, projetar-se sempre num mais além.

Para dar uma exemplo dessa dimensão, vamos escolher a primeira página do Gênesis, a famosa história de Adão e Eva. Ela pode ser lida em muitos códigos. O cristianismo, a tradição judaico-cristã, lê num código religioso, fala de pecado original, tudo aquilo que já sabemos. Mas a leitura antropológica e filosófica descobre aí o ato supremo do ser humano: "Você não pode comer da fruta proibida; se comer, você morre." E o ser humano tem o prazer de violar o interdito, de fazer a coisa proibida. Não existe tentação maior. E ele viola, descobre a sua realidade de transcendência, se transforma em humano. Isso faz com que essa passagem bíblica seja grandiosa, reveladora da essência da liberdade"

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"Para mim, a experiência mais fundamental, aquela que toca a profundidade de nós mesmos, é a do enamoramento. Quando a pessoa se enamora, a outra vira uma divindidade. Não se mede sacrifícios, o tempo não conta. Você cancela tudo, chega a mentir para se encontrar com a pessoa amada. Por quê? Porque você sai de si e vai ao encontro do outro. É uma experiência de êxtase, extática, fora da realidade. Não há quem não se enamore.

[...]

Eis uma experiência de transcendência. Experiência do encontro entre duas pessoas que se enamoram e se amam. E quando se dá a intimidade sexual, expressão do amor, uma se perde para dentro da outra e esquece-se o tempo. Vive uma experiência mística, de antecipação da eternidade. Todos os místicos, quando estão no auge do seu enamoramento com Deus, falam do esponsal: "do amado na amada transformado", como diz São João da Cruz. Porque esta é uma experiência suprema, em que os seres humanos saltam na direção do outro, numa fusão gratificante. É uma experiência só comparável à da intimidade, da erótica."


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O vazio do ser humano, sua eterna instisfação (pelo desejo de mais) é a sua grandeza, seu dinamismo, sua essência.
Como minha terapeuta sempre diz. Nossas angústias devem nos levar ao movimento. Movimento é vida, ação, crescimento.

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"Nada consegue absorver tudo. Nada me define. Nada é definitivo. A realidade, o real, é apenas uma real-lização das potencialidades existentes no universo"

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"Quando estás comigo, o amor não me deixa dormir. E quando não estás comigo, as lágrimas não me deixam dormir. Teu amor chegou ao meu coração e partiu feliz. Depois retornou e me colocou o gosto do amor. Mas mais uma vez foi embora. Timidamente lhe pedi que ficasse comigo alguns dias. Então veio, sentou-se junto a mim e se esqueceu de partir"

Rumi, místico muçulmano.

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"Quanto mais coisas vejo no mundo, mais claro fica para mim que, sejamos ricos ou pobres, instruídos ou não, todos desejamos ser felizes e evitar os sofrimentos.

Constato que, de modo geral, as pessoas cuja conduta é eticamente positiva são mais felizes e satisfeitas do que aquelas que se descuidam da ética.

Tentarei mostrar neste livro o que quero dizer com a expressão 'conduta ética positiva'. Cheguei à conclusão de que não importa muito se uma pessoa tem ou não uma crença religiosa. Muito mais importante é que seja uma boa pessoa.

Estas declarações podem paracer estranhas, vindas de um personagem religioso. Porém, sou tibetano antes de ser Dalai-Lama, e sou humano antes de ser tibetano. Portanto, como ser humano, tenho uma responsabilidade muito maior para com toda a família humana - a responsabilidade que na verdade todos nós temos"



Dalai-Lama

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Já às 2h da madrugada de hoje eu decidi começar a ler um livro. Qualquer livro. Peguei um que estava ao lado da minha cama. "Tempo de transcendência", do Leonardo Boff. Dormi algumas horas depois, quando terminei de ler o livro inteiro.

Propício.


Feliz Natal para todos.

Tuesday, December 16, 2008

Cuidado com o que você pede.

Seu desejo pode ser atendido.

Deus ligou o ar condicionado. E a torneira.

¬¬

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A árvore de Natal da minha casa sempre foi colorida. Eram dezenas de enfeites, de vários tipos, cores e tamanhos. Todo ano eu ficava doente no início de dezembro, então sabia que era hora de montar a árvore. Minha mãe tinha um ritual: primeiro os arames vermelhos de estralas, depois os cordões dourados. Em seguida os laços na ponta dos galhos, depois as bolas e , aí sim, os enfeites. Por fim, as luzes coloridas. E fora de sincronia. Porque Natal que era Natal tinha que ter luzes fora de sincronia. Algumas lâmpadas queimadas também. Na varanda a gente improvisava uma imagem de lâmpadas pisca-pisca. A gente dizia que era uma árvore, mas parecia um bolo estragado mesmo. E era a melhor coisa do mundo. Às vezes eu descia com minha mãe para ver as outras varandas enfeitadas. No dia 24 também tinha ritual. Minha mãe ficava a tarde toda na cozinha preparando o presunto, o peru e as rabanadas. Eu ajudava nas rabanadas. E comia enquanto estava quente. À noite, a gente fazia um caminho mais longo até a casa da minha tia, só para passar pela Lagoa e dar uma olhada na árvore.

De uns tempos para cá as cores da minha árvore vêm diminuindo. Esse ano ela é só dourada. Com luzes brancas. Honestamente eu não gosto. Mas não posso reclamar. Também não teve ritual. Não ajudei minha mãe a montar porque estava ocupada com minhas coisas. O tempo passa e as coisas mudam. O que não é necessariamente ruim, só diferente.

Até que um dia desses eu passei na casa da minha avó e tive um belo encontro. Lá estava uma árvore colorida, completamente desordenada, com luzes fora de sincronia. Na varanda muitas luzes piscando. Foi como revisitar um lugar muito especial. Me senti absolutamente confortável. E em casa.

Quem sabe eu não ajudo com as rabanadas de novo esse ano?! E de quebra ainda aprendo a fazer o presunto ou a farofa?!


Sempre gostei do Natal.


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Por alguma razão comecei a reler os depoimentos que meus amigos deixaram no meu orkut. Me bateu uma felicidade tão grande. É um carinho tão especial. Talvez a internet não seja tão má assim.

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"I'll open up my heart
I'll be loving you forever and ever
I will be part of you
In the way I do
Come into my life so I can sing"


Atualizando meu ipod eu descobri um baú de músicas no meu computador. Coloquei tudo no aparelho e fui caminhar (na esteira!). De repente eu estava de novo com meus 14 anos, pulando nas festas de formatura do colégio. Aquelas pessoas mais velhas, prontas para a faculdade. Que vontade eu tinha de ter 18 anos. Roubava um vestido da minha amiga - na época eu não tinha vestidos de festa - e me maquiava cautelosamente. Chegando na festa, eu esquecia tudo e dançava descontroladamente, não muito diferente de hoje em dia. Eu suava tanto. Pouco me importavam todas aquelas pessoas desconhecidas e suas poses. Eu tinha tudo que queria: música alta e uma pista de dança. Lembrei das músicas, dos passos, das amigas, das sensações.

Está tudo aqui, não é mesmo?! Só vai acumulando. Às vezes eu acho que não vai ter espaço. Mas sempre guardo mais e mais. Mais momentos especiais. E sempre com uma trilha de fundo.

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Exato. Fim de ano.

Wednesday, December 10, 2008

"It's getting hot in here"

Deus, liga o ar condicionado, por favor!?

Saturday, December 6, 2008

"Let's dance little stranger

Show me secret sins
Love can be like bondage
Seduce me once again"

http://www.youtube.com/watch?v=ekQZPozjCX8


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Descobri que numa relação em que há duas pessoas envolvidas, há conflito. Afinal, são dois mundo buscando a troca. Se não há troca, se nenhum dos dois mundos fica abalado, sai um pouco de órbita, modifica a estrutura... não há relação.
E vamos admitir: nem as rochas são imutavéis. Elas são afetadas por todo o resto.

Não sou exatamente fã de metáforas, mas gosto de imagens. Assim, sendo, o relacionamento é como uma dança. Tem os impulsos de um, de outro, a música, o ambiente.

Hum, isso me lembrou uma música.
"So this is strange, our sidestepping has come to be a brilliant dance where nobody leads at all, where nobody leads at all".

Tuesday, December 2, 2008

Romance

http://www.youtube.com/watch?v=R8tVhUFJ1Js



Porque a maravilha da arte é que ela fala por você.

Há algum tempo eu pensava em como explicar o que penso (na verdade tentava entender o que sinto) e de repente assisto a um filme no cinema em que os personagens falam por mim.
Incrível.



"Mãe, quero ser artista quando crescer!"

Saturday, November 29, 2008

Num sábado chuvoso qualquer

Tinha uma menina no ônibus. Cabelos claros, olhos redondos assustados e curiosos. Ela devia ter seus 8 ou 9 anos. Vestia uma jaqueta rosa, saia jeans e legging rosa. Parecia uma boneca. As pernas finas. Magra.. tão magrinha..

Ela estava acompanhada de 3 mulheres e mais uma menininha, mais nova. Ela sentou do meu lado e ao lado dela sentou uma das mulheres. Eu tive a infelicidade de ouvir a fala da mulher para a menina.

"Desgruda de mim, que eu não gosto de gente.."

Não ouvi a última palavra.

A menina levantou profundamente triste. Foi conversar com a segunda mulher, que estava alguns bancos na frente. Ela ficou em pé, no ônibus balançando, com várias cadeiras vazias.

Naquele momento eu estava com muita raiva. Mal-humorada, chateada, irritada. Pronta para brigar quando chegasse em casa. Achei aquilo tudo horrível e pensei como as pessoas mal-humoradas são grosseiras.

Até que a menina voltou. Tentou sentar no colo da terceira mulher. "Não, vai sentar na cadeira". A menina, ainda muito triste, sentou na cadeira original, ao meu lado e da primeira mulher. Falou alguma coisa no seu ouvido e ficou quietinha sentada. Os olhos fechavam de sono e ela tentava equilibrar a cabeça.

Eu olhava pra ela. Não conseguia parar de olhar. E sorrir. De repente me deu uma calma e vontade de cuidar daquela criança. Por pouco eu não puxei assunto com ela, para fazer companhia. Mas a mãe percebeu que eu olhava. Deve ter ficado envergonhada da própria grosseria e colocou a cabeça da menina no ombro. A criança automaticamente fez pegou as mãos da mulher. Depois começou a fazer carinho em suas pernas, sem parar.

Tanto carinho. Tanta ternura. E aquelas ogras destratando a menina linda das pernas finas.

O meu mau-humor passou. Lembrei de um dos dias mais dificeis da minha vida, em que eu só pensava em não me encher de ódio. Por mim. E mais uma vez, por mim, eu me livrei de qualquer sentimento ruim. E me acalmei.

Saí do ônibus. Estava chovendo e tocava New York, New York.


Vida.

Friday, November 28, 2008

Tell me did the wind sweep you off your feet?

Did you finally get the chance to dance along the light of day
And head back toward the milky way?

Tell me did you sail across the sun?
Did you make it to the milky way to see the lights all faded
And that heaven is overrated?
Tell me, did you fall for a shooting star?
One without a permanent scar
And then you miss me while you were looking for yourself?

Did you finally get the chance to dance along the light of day?




Poesia. Porque é assim que eu entendo a vida.


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Sensorial.

Uma torta de banana. O topo crocante e leve. Um gigantesco suspiro, que derrete na boca. Uma fina capa de nuvem. Por baixo, o doce. Uma densa piscina de doce de leite. No fim, a banana picada. Pedacinhos da fruta misturados com açucar e mel.

Um dia eu ouvi: " Existe uma razão para chamarem as pessoas de amargas. É falta de doce."

Imagino que eu não sofra desse mal.

Monday, November 17, 2008

Elis

O morro não tem vez
E o que ele fez já foi demais
Mas olhem bem vocês
Quando derem vez ao morro
Toda a cidade vai cantar
Escravo no mundo em que sou
Escravo no reino em que sou
Mas acorrentado ninguém pode amar


Feio não é bonito
O morro existe mas pede para se acabar
Canta, mas canta triste
Porque tristeza é só o que se tem para cantar
Chora, mas chora rindo
Porque valente nunca se deixa quedar
Ama, o morro ama
Amor bonito, um amor aflito
Que até dele chora


Vamos carioca
Sai do teu sono devagar
O dia já vem vindo aí e o sol já vai rair
São Jorge teu padrinho te dê cana pra tomar
Xangô teu pai te dê muitas mulheres para amar


Saravá Ogum mandinga a gente continua
Cadê o despacho pra cavá
Tá no terrero da floresta
Se você não vem eu mesma vou tirá
Se você não vem eu mesma vou ficá


A felicidade é como uma pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar


Subi lá no morro
Só pra ver o que o negro tem
Pra cantar assim gostoso
E fazer samba como ninguém


Vou andar por aí
Perguntar por aí
Pra ver se eu encontro a paz que eu perdi


A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando eu vi a mocidade perdida
A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando eu vi a mocidade perdida


Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando o violão debaixo do braço
Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro
E se houver motivo é mais um samba que eu faço
E se quiserem saber se eu volto
Diga que sim, mas só depois
Que a saudade se afastar de mim
Mas só depois que a saudade se afastar


Acendar as velas já é profissão
Quando não tem cana
Tem desilusão
Acender as velas já é profissão
Quando não sou eu, é Nara Leão


Eu sou o samba
A voz do morro sou eu mesmo sim senhor
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
Eu sou o rei do terreiro
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem leva a alegria
Para milhões de corações brasileiros


O morro não tem vez
E o que ele fez já foi demais
Mas olhem bem vocês
Quando derem vez ao morro
Toda a cidade vai cantar


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Ela sempre aparece nos momentos.

Wednesday, November 12, 2008

"Young hearts

run free"

ROMEO

If I profane with my unworthiest hand
This holy shrine, the gentle fine is this:
My lips, two blushing pilgrims, ready stand
To smooth that rough touch with a tender kiss.

JULIET

Good pilgrim, you do wrong your hand too much,
Which mannerly devotion shows in this;
For saints have hands that pilgrims' hands do touch,
And palm to palm is holy palmers' kiss.

ROMEO

Have not saints lips, and holy palmers too?

JULIET

Ay, pilgrim, lips that they must use in prayer.

ROMEO

O, then, dear saint, let lips do what hands do;
They pray, grant thou, lest faith turn to despair.

JULIET

Saints do not move, though grant for prayers' sake.

ROMEO

Then move not, while my prayer's effect I take.
Thus from my lips, by yours, my sin is purged.

JULIET

Then have my lips the sin that they have took.

ROMEO

Sin from thy lips? O trespass sweetly urged!
Give me my sin again.




Porque no curso o prof. mostra essa cena linda. Horas depois o filme passa na TV. Decido pegar o livro na biblioteca. No dia seguinte meu amigo me pergunta se por acaso eu tenho Romeu e Julieta.

Deve ser um clima shakespeariano no ar...

Sunday, November 2, 2008

"You do it all again

but you don't stop trying"

É. Eu sei.

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E viva a elasticidade humana. Porque para ir ao banheiro universitário é preciso ser contorcionista. E um pouco equilibrista. Levantar a saia, segurar a bolsa, prender a porta, puxar o papel e tudo numa posição não exatamente confortável... é digno de mestre.

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Nada garante. Estudar não garante um futuro profissional, comer não garante que eu não vá continuar com fome, o passado fiel não garante a fidelidade no futuro, uma vida saudável não garante uma vida sem doenças. E por aí vai.
Eu acredito que a vida é causa e consequência, mas ela tem uma lógica própria que eu não entendo e provavelmente nunca vou entender. Mas deve fazer sentido em algum outro lugar. Se é que sentido de fato existe.

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Só porque eu tenho um tempo no meu dia para não fazer nada, não quer dizer que este tempo está livre para ser preenchido. Muito menos com coisas de trabalho.

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"... ao mesmo tempo, como quem toca os lábios no mesmo beijo"

Mãozinhas na cintura e nariz no pescoço.

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Começo a achar que as pessoas deveriam se preocupar menos com a vida dos outros. Se bem que isso significaria pensar nos próprios problemas, o que nem sempre parece tão interessante. Ou se tem coragem para tal.

Saturday, October 18, 2008

"If I can't have you

I don't want nobody, baby
If I can't have you
ah ah ah"


"Last dance
Last dance for love
Yes, it's my last chance
for romance tonight
.
.
.
So let's dance
The last dance
Let's dance
The last dance tonight"


"Say you'll always be my baby
We can make it shine
We can take forever
Just a minute at a time

More than a woman
More than a woman to me"



"What a feeling
Bein's believin'
I can't have it all,
Now I'm dancin' for my life
Take your passion,
And make it happen
Pictures come alive,
You can dance right through your life"



70's.


Fechar os olhos, abrir os braços. Respirar fundo e deixar o corpo responder aos estímulos. Os músculos se contraem involuntariamente. Os pêlos arrepiam. É como se uma onda de ar gigante entrasse no seu corpo e preenchesse os espaços vazios. Nunca é rápido o bastante, alto o bastante ou forte o bastante. É infinito.

Friday, October 3, 2008

"When I get to Warwick Avenue

We'll spend an hour, but no more than two.
.
.
.
I'm leaving you for the last time, baby"






Maravilhosa.



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E então você decide ignorar os estudos e trabalhos, não responder os emails, não retornar as ligações. Por duas semanas inteiras. No final, você descobre que o mundo sobreviveu, você também. Incrível, não!?
(roubando a idéia do chefe da Bê)

Não tem a menor importância.
"Porque o que vale é o que interessa."

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Falta gentileza e cidadania no mundo.
Levantar da cadeira do ônibus para uma senhora é o mínimo de respeito. Às vezes até uma hellokantiana como eu acha que as pessoas merecem esse mundo. Depois passa.

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Frase da semana: "Viado só se fode" - devidamente pronunciada no meio do cinema, com a imagem de um homem carregando um tonel no inferno na tela.


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Frase da semana 2: "Quando você pensa que está abalando, vem a vida e fium!"
(ou bam, pum, tow, zaz...)

Mãe tem sempre razão.

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Continuando as descobertas atuais:



De chorar.


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-post corrigido-

Sunday, September 14, 2008

"If you don't have to go

Don't"

ou

"Just a matter of feeling"

Como não poderia deixar de ser.


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Me descobri uma não-romântica, prática, pé-no-chão, burguesa, apolítica, descomplicada, repetitiva, sem pudores, desapegada dos bens materiais, sem problemas psiquiátricos, sensivel, devagar, animada, que acorda cedo e faz café para os outros.
Incrível. Foi quase um "Olá, prazer, Ana."

"A Aninha tá num momento dela, se descobrindo e construindo". Minha priminha de 12 anos nem imagina o quanto ela tem razão.

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Eu fico muito impressionada com a capacidade das pessoas de complicarem a vida. Todos reclamam da inércia , mas criam e legitimam reagras estúpidas e mesquinhas para atrapalhar a própria vida. Aliás, como as pessoas discutem por coisas pequenas!! Assim, é capaz de 2 pessoas discutirem durante dias sobre nada, não chegarem à conclusão nenhuma, quando na verdade elas têm a mesmíssima opinião.

Preguiça.

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Pois hoje não fiz nada. Aliás, teria que me esforçar para fazer menos.
E o mundo não acabou. Sim, ele continua mesmo se você não faz o que deveria fazer.

Sunday, September 7, 2008

"So love me, hold me, love me, hold me

'cause i'm free"


Bom início de noite.


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Frases:

"Porque hoje é sábado e amanhã ainda é domingo!!"
(devidamente gritada no calor do momento)

"Nunca deixe um lápis cair, ele pode ficar desapontado"
(mensagem inesperada no celular)

"Se você se sente constrangida de falar para a pessoa como você se sente, essa pessoa já não vale a pena"
(conversas de engarrafamento)

"Jesus é muito brincalhão"
(eterna)

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Não sei.


Friday, August 29, 2008

"All your life you've never seen a woman taken by the wind"

Would you stay if she promised you heaven
Will you ever win?"

Fleetwood mac.


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Hoje, logo nos primeiros passos do dia, topei com um senhor no elevador. Muito simpático, conversamos um pouco. Ele me acompanhou até certo ponto na rua. Já no fim da conversa ele me contou uma história:



Eu estava doente, no hospital, com pressão alta e médico nenhum conseguia fazer minha pressão baixar. Uma senhora passou pelo meu quarto, peguntou o que eu tinha. Eu disse e ela recomendou que eu tomasse chuchu batido. Chuchu batido. Eu tomei. Minha pressão baixou. É, minha filha, às vezes Deus fala com a gente de formas inesperadas.



Achei uma bonita forma de começar o dia.
Agora, abro minha caixa de emails e leio um email estranho. Desses que mandam para todo mundo com piadas, lições ou curiosidades. Desses que eu deleto sem ler. Dessa vez eu decidi ler.



Diz uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto
e em um determinado ponto da viagem acabaram brigando.
O amigo ofendido, sem nada dizer, escreveu na areia:
HOJE, O MEU MELHOR AMIGO ME BATEU NO ROSTO.

Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se.
O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se, sendo salvo
pelo amigo.
Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra:
HOJE, O MEU MELHOR AMIGO SALVOU-ME A VIDA.

Intrigado, o amigo perguntou: Por que, depois que eu bati em você, você
escreveu na areia, e agora, que eu salvei você, você escreveu na pedra?
Sorrindo, o outro amigo respondeu: Quando um grande e verdadeiro amigo nos
ofende, devemos escrever na areia, onde o vento do esquecimento e do perdão
se encarrega de apagar.
Porém, quando nos faz algo grandioso, devemos gravar na pedra
da memória e do coração, onde vento nenhum do mundo poderá jamais apagar.




Não que eu seja católica ou árabe. Mas me fez pensar.

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Acabei de olhar para cima e descobri que tenho Crime e Castigo. Do Dostoiévski. Uma versão antiga, com capa marrom dura e tudo. Há!

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Às vezes dá vontade de ir embora para um lugar onde ninguém me conheça, onde ninguém espere nada de mim. Onde eu possa fazer de fato o que eu quiser, ser o que quiser. Onde ninguém tenha nada a ver com as minhas escolhas. Aí eu descubro duas coisas: não importa onde eu vá, as pessoas vão me julgar. E esse lugar é aqui mesmo.
Curioso.

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"Don't say a prayer for me now
Save it 'til the morning after"

Duran Duran. Porque eu gosto de músicas de elevador.

Sunday, August 17, 2008

"Não há nada que se possa fazer melhor que sonhar, de tudo querer"

"Vamos juntos, o pior já passou. Viver é melhor."

Eternamente Lô Borges.

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Lembrei de quando te amava. Nós dançando, nus, com os corpos colados. Lembrei da tua respiração e do teu gosto. Dançando em câmera lenta, porque você nunca foi muito bom com ritmos. Sua pele fina, delicada, gostosa de abraçar. Meu corpo cheio de volumes e curvas apertando seu corpo duro, magro, cheio de ossos. A boca carnudas. Sabe que nunca gostei de bocas carnudas? Beijava e gostava porque era sua.
Incrível. Por alguns minutos eu voltei a sentir tudo. Como se tivesse acabado de acontecer. Tudo porque ouvi uma música do Gil. Pior que ele nunca foi nosso cantor.
Vai entender.

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Nunca pensei em ficar com você. Mas depois daquele beijo, tudo mudou. Não esperava por isso. Completamente surpreendente. Há uma tensão entre nós que causa aquele nervosismo sexual, aquela pulsação ofegante. Não sei se é a voz, o jeito de falar ou a pele. Ah, a pele... Quando você me toca “sem querer”. Passa a mão na minha, esbarra no corredor, encosta a perna no meu braço. Pior ainda quando você finge que presta atenção no que eu falo. Puxa um assunto bem ordinário e fica me olhando com cara séria, como se nada daquilo mexesse, fosse apenas um papo corriqueiro. Fico completamente desconsertada. Perco o raciocínio e esqueço as palavras. Eu falando qualquer coisa. Você fingindo que está ali pela conversa. Mas nós sabemos muito bem o motivo de estarmos ali. Só não demonstramos. Você, nem uma respirada fora de hora.

No fim o assunto acaba, nos olhamos por alguns segundos em silencio e vamos embora. Um “tchau” bem desinteressado. Depois alguém volta, puxando um outro assunto completamente irrelevante. Dessa vez mais rápido. Só para ver no que vai dar. De novo o “tchau”. Hum. É.

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Hoje eu não fui. Me controlei e não procurei seu endereço, não tentei ler seus pensamentos, não tentei. Não que você fosse exatamente um vício, mas acabei dando uma importância muito maior do que a de fato real. Posso até confessar aqui que às vezes preciso me esforçar para lembrar do seu rosto. O problema é que lembro. E lembro como me sentia. E era bom. Mas no fim não faz diferença. Porque você está aí vivendo, completamente alheio a qualquer coisa que esteja acontecendo comigo. Por opção sua. Então, o quê posso fazer!? Não te alimentar. Agora você vai ficar só a pão e água, até acabar aos poucos. E quando você for, não vou nem perceber. E vou sorrir no final.

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Tenho tido surtos de criatividade incontrolável.
Realmente, viver é sempre a melhor opção.
Faz um bem. Ao que tudo indica melhora até o raciocínio e estimula os pensamentos.

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E mais uma vez eu aqui emocionada. Emoção do tipo peito aberto e sorriso no coração. Pelos mesmos motivos. Pelas mesmas pessoas. De novo com trilha sonora. Porque é filme. Em todos os sentidos.
Eu chamo isso de amor. E vida. O que dá no mesmo no fim das contas.

Tuesday, August 12, 2008

Minha primeira vez

A minha primeira vez foi cinematográfica. Aquela sala, aquelas pessoas. Posso até imaginar o perfil dos personagens. A secretária que acabou de sair do trabalho e foi arrastada pela amiga desquitada, a procura de um namorado. A senhora de 50 anos, atrás dos jovens galãs de 30, que ainda moram com a mãe e usam a sexualidade para suprir a frustração econômica. O casal procurando apimentar a relação. Os senhores de 50 anos loucos para roçar as pernas nas mulheres de 20. E nas de 50. E nos jovens de 30 também, quem sabe. Ah, claro, a personagem fundamental. A estudante de comunicação, intelectual alternativa, esquisita, que narra a história com seus pensamentos em off. Se fosse um filme hollywoodiano ela seria jornalista. No caso, é atriz e cineasta mesmo.
Como um bom filme alternativo, o personagem principal é o lugar. Como diria Dustin Hoffman, só falta saber se é uma tragédia ou uma comédia.Vou começar a fazer a análise aristotélica.

UCI - 19:30 - sala 12

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Ela nunca imaginou que as histórias que via eram verdade. A felicidade que as ações mais singelas causam. As situações mais inesperadas. Saiu andando pela rua modificada. Ela olhava para as pessoas e sabia que não era mais a mesma. Parecia mais viva. Porque era capaz. E tinha conseguido. Mais viva porque tinha uma vida, afinal.
Abriu o portão, cumprimentou o porteiro e esperou o elevador. Fechou os olhos. A porta do elevador abriu e ele saiu de dentro. Logo ele. Nunca poderia imaginar. Ela ficou sem graça. O coração acelerado. Ele abriu aquele sorriso enorme de sempre. Conversaram um pouco. Parecia coincidência demais. Surpresa demais.
Corte seco.
A porta do elevador abre. Não há ninguém. Ela entra, aperta o botão do terceiro andar. A porta fecha.

Estação Botafogo - 22h - sala 3

Friday, August 1, 2008

"But the fool on the hill sees the sun going down

"And the eyes in his head see the world spinning 'round"


"Enjoy the silence"

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I. Monólogo

- Oi. Preciso conversar com você. Desculpa. Desculpa, eu tentei, mas não consegui. Eu assumo a minha incapacidade. Eu não estou preparada. Não agora. Não estou num momento de negociar a minha liberdade. Eu a conquistei há tão pouco tempo. Ainda estamos ficando íntimas. Desculpa, mas eu não estou feliz. Eu realmente tentei. Não quero essa responsabilidade para mim. Hoje eu só posso cuidar de mim e da minha liberdade. E ela vai ser minha única companheira por uns tempos. Agora não posso mais voltar atrás. Depois que você conhece a liberdade, depois que você entra tão profundo em você mesmo e se descobre, descobre seu espaço, suas vontades, suas possibilidades... não tem como abrir mão. Não assim, não agora. Eu tentei. Desculpa mesmo.


II. Diálogo

- Eu sei que você não perguntou minha opinião, mas, por que você está fazendo isso?
- Por quê não?
- Porque não. A gente não deve se unir a alguém simplesmente porque é a hora. Por acaso existe alguma regra na vida dizendo que temos que nascer, mamar, crescer, estudar, casar, ter filhos e morrer? Casar porque está na idade? Às vezes nós estamos preparadas, estamos na idade, mas ainda não achamos alguém que valha à pena. Alguém de quem gostamos, que nos faça bem e que valha à pena abrirmos mão de nossa liberdade para tentar construir uma relação juntos. A gente tem esse costume estranho de abrir mão de nós mesmos muito fácil. Para qualquer um.
- Não é isso. Eu tô fazendo por mim.
- Existem outros caras no mundo. E se um cara que encaixe com você aparecer, hein?! Você não vai estar disponível por causa de um cara que não te faz feliz.
- E se essa pessoa não aparecer?
- Vai aparecer.
- Como você sabe?
- ...
- E passar o resto da vida sozinha?
- Não se engane. Dividir a cama com uma pessoa não significa não estar sozinha.

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Eu penso em inglês.

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Uma das cenas mais lindas da história do cinema (na minha vida).



("Evening")

É. Eu sei muito bem o que eu quero.

Thursday, July 31, 2008

Dia internacional do orgasmo

Viva!

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De mim, por mim, pra mim.

- Não tô bem
- É mesmo? Mas o que houve?
- Não sei. Simplesmente não estou bem. Como se tudo estivesse errado. E eu não consigo mudar isso. Completamente fora do meu controle.
- O quê você sabe... é uma mentira. Aquele papo de "só depende de você".
- Pois é.

-Sempre achei que eu tinha um bom potencial.
- Também sempre achei isso de você. Então, qual era o problema?
- Comodismo talvez. Até ouvir a frase.
- "Incrível. Até quando é para o seu bem, você esquece".
- Disse tudo.

- É só uma questão de auto-estima. Nem importa tanto como as coisas estão de fato. Se você acha que está bem, então está bem.
- E não é que funciona!??!

- Hoje eu li no horóscopo que o mês de agosto será o ápice da transformação que começou no início do ano.
- Você devia parar de ler essas merdas.
- Eu quase não leio horóscopo.
- Faça-nos esse favor.

- Impressionante como é mais fácil quando é com os outros.
- E como é mais fácil depois que você exerga a solução. Dá aquela sensação de "como não vi isso antes?"
- A gente realmente tem uma capacidade enorme de auto-boicote.
- Eu sempre soube o que eu quis. Sempre soube como chegar lá. Só nunca fui.
- Jovens.
- Nunca me vi como uma pessoa determinada, que corre além dos limites para conseguir o que quer.
- O problema é que você passa longe dos limites, né!?

- Café?
- Por favor.
- Com açúcar ou adoçante?
- Faz-me rir.

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"Migalhas dormidas do seu pão
Raspas e restos me interessam
Pequenas poções de ilusão
Mentiras sinceras me interessam"

Eu amo essa música. Não que ela faça muito sentido nesse momento. Mas é genial!

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E para celebrar esse dia, sem saber, eu assisto:

http://www.youtube.com/watch?v=zMdvFPp_B0Y

Aliás, essa cena é linda. E as anteriores e posteriores também. Mas eu sou um ser estranho, que é capaz de cair aos prantos assistindo a um filme sobre sexo...

Ah, sim, o trailer:

http://www.youtube.com/watch?v=oBBWqxXK_rM

Tuesday, July 29, 2008

"Você é o sequestrador e o sequestrado"

"Quem você quer que venha pagar o resgate?"


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Então eu descubro que sou uma pessoa de processos. Eu preciso de tempo para refletir, digerir as transições. E só percebo isso porque a vida está me atropelando. Sim, estou no meio de um atropelo. Quase numa câmera lenta de um movimento rápido, que de fato demora apenas alguns segundos. Eis-me aqui, não percebendo as coisas que acontecem, não refletindo, não sabendo, não escolhendo. Apenas sendo.
E não sei se isso é exatamente ruim. Diferente, eu digo.

Descobri também que as pessoas não são assim. Elas simplesmente vivem sem necessariamente fechar os ciclos. Ô, Ana Moura!

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"Aninha, você deveria ser mais vingativa. É, faz bem. Sacaneie mesmo as pessoas."

Talvez.
Muahahaha

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"Give me reason, but don't give me choice"

"Players only love you when the're playing"

Musical, parte 2.

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http://www.youtube.com/watch?v=QA07De_iOJc

Tá na veia.

Sunday, July 20, 2008

La Valse d'Amélie

Versão orquestrada.

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Ainda me reconheço.
A pele começa a brilhar, as bochechas ficam rosadas, o sorriso sem graça incontrolável. Os olhos fecham e a mão vai direto coçá-los. A cabeça abaixa e os movimentos ficam leves. Devem ser os tais hormônios. "Qual era o nome mesmo?" - pergunto só para ouvir você responder de novo, não se engane.
"Ana, acelera esse carro!". Já vi essa cena antes.
O rádio não ajuda..
Já não sinto mais fome. A situação é grave. Comer virou supérfluo.

Acho que é o olhar. Mortal. Não sei se é o contraste do branco com o preto, o brilho no canto ou o círculo se mexendo. Adoro olhos se mexendo.
Acho que é o sorriso. Quem inventou isso?! Os dentes, o formato da boca, a bochecha, a risada discreta. Tudo combinado.

Não, por favor, não entorte a cabeça enquanto fala comigo.
Aliás, não olhe para mim. Tenho problema com pessoas que olham para mim enquanto conversam com outras pessoas. É um ponto fraco, desculpe-me. Talvez eu conserte.
E pare de sorrir. Mania incoveniente.

E ele sabe. Eles sempre sabem. Ou pelo menos é isso que nós achamos.
"Não, ele é tão tímido"
Tímido? Já não caio mais nessa. Sonso, isso sim. Eles vêm com essa gentileza, com esses sorrisos largos, essa simpatia infinita e depois fingem não saber. Cínicos. Deviam formar uma sociedade secreta.

Pronto, mais um nome para me pegar de surpresa nas conversas e me deixar alterada.
"O que é isso, menina?"
Quase convulsões. É incontrolável. Grito, bato as pernas, os músculos se contraem e jatos de adrenalina percorrem o corpo.

Mas e de que importa? Eu nunca entendo no fim das coisas. Devia vir com legenda de pensamentos. Sim, vou reivindicar por isso. Só assim não há confusão.

Invento diálogos na cabeça.
"Covarde você, não?". Ele sai sem graça.
Invento motivos. Crio situações.
Porque eu não sou maluca - essa eu já aprendi há tempos.

Não vou entender, né?!?! Porque é assim que acontece.

Espero que, como das outras vezes, apareça um livro para eu ler, que me conforte. Para ficar na lembrança dos aprendizados literários.

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Hoje eu até releio o post

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Maldita pessoa que comentou e depois deletou. Quem és tu, ó criatura das trevas?!

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O botão de "repeat" ainda quebra um dia.

Friday, July 18, 2008

"The most of freedom and of pleasure"

Fase Tears for Fears.

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Ressaca.

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Preciso tomar sol. Estava eu levando um bolo de 1h, com sono, fome, debaixo de sol, segurando um casaco, quando percebi que eu estava torrando. Mas era bom. O calor na pele. Sol de inverno.
Então lembrei que não vou à praia há tanto tempo. Preciso tomar sol.

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As coisas não podem ser simples?
Eu ando tão simples...

É, impressionante. Não tá rolando. Mesmo. Incrível.
Difícil continuar otimista quando os fatos não ajudam. E olha que eu tento.



Deve ser a lua cheia.

Friday, June 27, 2008

"- Engraçado, você estava ali e ele lá o tempo todo.

Só faltava serem apresentados."

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O cd começou com Evanecensce:


"These wounds won't seem to heal , this pain is just too real, there's just too much that time cannoterase".

Depois entra Legião:

" Dos nossos planos é que tenho mais saudade, quando olhávamos juntos, na mesma direção. Aonde está você agora, além de aqui dentro de mim?"

Por fim, Dido:

"And when we meet, which I'm sure we will, all that was there will be there still. I'll let it pass and hold my tongue and you will think that I've moved on"



De repente uma saudade enorme desse tempo. E os sentimentos voltam discretos só para dar um alô. Porque eu não concordo com Althusser. Os indivíduos sempre se modificam, mas permanecem os mesmos. É causa e consequencia. Sou outra, mas a mesma que sempre fui. E nunca vou deixar de ser. Porque "meu adeus nunca é sereno, nele há reflexos de luta e dor, pois o que foi meu é irrevogável".


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Sim, homens tem algum problema de relação de poder com mulheres. Eles precisam disso. Se não for pau-mandado não fica, descarta e acha até que fez boa jogada. Porque será isso? Porque as pessoas precisam de regras, limitações e punições? O pior é que ainda gostam. E necessitam. Quando você dá a liberdade, a livre escolha... já não é mais tão interessante. Rapidinho já aparece um outro alguém mandando e exigindo posições para guiar o homem pra longe. É incrível!!!

Tá, eu preciso acreditar que isso não é verdade.

Sunday, June 22, 2008

"Por isso não provoque... é cor de rosa-choque"

"Nem sempre tem vento, mas sempre tem jeito pra dar"

"Santa, santa, só a minha mãe - e olha lá
É canja, caja. O resto põe na sopa pra temperar"

"Papai me empresta o carro pra poder tirar um sarro com meu bem"


Festival Rita Lee. Sempre maravilhosa.


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Como pode? De tarde eu estou à vontade, me sentindo bem comigo mesma. Conversando com pessoas que me deixam à vontade e até me fazem esquecer. Na verdade, fico até sem graça de reclamar de alguma coisa, que naquele momento não faz mais sentido.
Algumas horas depois, num outro ambiente, o cenário muda. Lá estou eu, mais uma vez, me achando o pior dos sers humanos, quase como um monstro do Lago Ness. As pessoas me olham e me julgam. Eu sei. Estou obviamente deslocada. Chego em casa e ataco os docinhos que minha mãe trouxe.
Como pode?

A noite é perversa. Ainda bem que o dia sempre volta e eu lembro nada disso importa. Por coincidência, na tv falam de beleza. E eu escuto a Maitê Prença falar uma imbecilidade. "Eu queria ser 7 centímetros mais alta. Mas não tem jeito, não tem como. Agora, você quer diminuir o quadril? Simples, pára de comer, ora". Desculpa, Maitê, mas você não poderia ser mais escrota. Claro, muito simples pra quem nunca teve problema de peso.
Mas mais uma vez as coisas mudam e entra uma matéria com artistas plásticas. Elas falam de como se transforma um "erro" no seu diferencial, na vida e na arte. Uma tem um problema no cabelo, por isso usa turbantes. Decidiu investir e brinca com os acessorios, está sempre provando coisas novas. A outra sempre foi gordinha, por isso sempre ousa no cabelo, pra mudar o foco de atenção. A terceira tem o nariz grande e os olhos pequenos, então compra óculos estilizados, que tapam o olho e diminuem o nariz.

E por aí vai. Sim, porque devemos explorar o que temos. O sermos do jeito que cabe melhor por dentro. Se você se sente bem de calça apertada e salto alto, ótimo. Se eu me sinto bem de saia larga e chinelo, ótimo.

E que assim seja.


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Eu não dou minha opinião. Se não me perguntam, eu fico quieta. Talvez eu seja uma péssima amiga. Porque alguém pode estar fazendo "uma burrada", que eu não vou impedir. Quem sou eu pra julgar o quê é uma burrada ou não?! Se a pessoa me perguntar, eu digo. Se não perguntar, eu guardo o que penso pra mim - porque pensar eu penso. É assim que sou. Não me meto. E não gosto que se metam. "Não, eu não quero saber o que você acha, obrigada".
E as pessoas tem entrado muito na vida dos outros. Controlando os mínimos detalhes. O jeito que fala, que anda, que respira. Credo!

Se eu falasse, eu diria "você virou uma pessoa chata". Mas não digo. Porque não cabe a mim.
Esrou aqui se precisar, se quiser colo, conselhos, ajuda, ouvido... mas se não quiser, eu não vou sair dando goela a baixo.

Monday, June 16, 2008

Tem uma louca descontrolada na minha cozinha.

Acho que sou eu.

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Vamos fingir que eu não me importo. Porque de fato os sentimentos andam amortecidos ultimamente. Talvez por causa da baixa temperatura do inverno ou das folhas secas das estações passadas. Poucas tem sido as excitações no meu dia-a-dia. Algumas mensagens antigas, lidas sem querer, me dão arrepios inesperados de medo. Fotos de quem nem imagina ser observado por mim me trazem certo sorrisinho no rosto, com um ar de esperança no peito. Nomes jogados de repente nas conversas suscitam uma raiva incontrolável em mim, que só comprovam o (não) desfecho, desagradável que foi, bastard!

Assim, mais um dia dos namorados de solteira se passou. Mas dessa vez sem lamentos. Confesso ainda que esqueci na maior parte do dia que estava sozinha numa data tão convidativa para amassos de baixo do cobertor. E em outros momentos eu até agradecia estar sem galente companhia.

E então, depois de ouvir pela cédima sétima vez a mesma música do A-ha, descubro que tem um sangua correndo de mãos dadas com um calor eterno em mim. E que a vida é só uma questão de tempo. Eu sei, e não minto. Já até ouço aquela vozinha "quer dizer que você pára de se importar com a solidão, por que só assim ela passa?". Saia voz chatinha. Porém não é esse o caso. Eu, por alguma razão que ainda desconheço, parei de me importar. E passei a preferir a solidão.

Por um lado é assustador a perspectiva de ficar sozinha ainda por muito tempo por opção. Terei eu virado uma grande solitária, como os artistas do século XVII?! Mas aí toca pela décima oitava vez o A-ha... E eu decido escrever sobre isso, para outras pessoas (não sei exatamente quais) lerem. Então, não deve ser tão desimportante, não é mesmo?

Assim, eu sigo com o pensamento dos últimos dias: "Ah, não me olha, por favor. Me ignore. Me deixe aqui sozinha, onde só eu converso comigo e não há cobranças excessivas de nenhum dos lados. Pois eu sou minha melhor companhia". Até chegar a vida e embaralhar as cartas de novo.

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Frase para a vida:

Só precisa ser proibido aquilo que é fortemente desejado.

Dá-lhe, Freud!

Saturday, June 14, 2008

"Wake me up before you go-go

'Cause I'm not planning on going solo
Wake me up before you go-go
Take me dancing tonight"

...


Enough said.

Sunday, June 8, 2008

Alô alô , marciano, aqui quem fala é da Terra



Os Maoris
dizem que em 2012 "o véu vai cair" (Ka hinga te arai, onde arai significa véu, o que separa o mundo espiritual do físico, o mesmo que o véu de Maya, dos hindus).
Os Maias pararam sua contagem no calendário no ano 2012, e depois disso começaria o "tempo fora do tempo".

Há uma profecia Tibetana que diz que após 860 anos da introdução do Kalachakra Tibetano no Tibet (que aconteceu em 1127) haveria condições para um período de 25 anos que culminaria no aparecimento da mítica cidade de Shmballa (uma espécie de Asgaard pra onde vão os mestres Tibetanos, e que dizem existir entre o plano material e o espiritual). 1127 + 860 = 1987 + 25 = 2012.

Os Incas também falam de um período chamado de Taripay Pacha (idade de conhecer a nós mesmos novamente), que vai de 1990 a 2012, durante o qual a humanidade vai evoluir espiritualmente, e após isso o tempo (como o conhecemos) irá acabar.

No código da biblia aparecem as frases "Terra aniquilada", "cometa" e "2012" em um ponto, e em outro ponto distinto aparecem "cometa" "2012" "será feito em pedaços", o que me lembra a profecia atribuída a "Maria, Mãe de Jesus", que fala que em 2012 um cometa se chocará ou passará perto, e que novas terras surgirão do fundo do mar.

Cometa ou não, várias fontes se referiram ao mesmo astro. É o mesmo "abominável da desolação" de Jesus, a "abominação desoladora" do profeta Daniel, a "grande estrela ardente com um facho, chamada Absinto" do Apocalipse de João, a "grande estrela", "o grande rei do terror", "o monstro" ou "o novo corpo celeste" de Nostradamus, o "astro Intruso" ou "planeta higienizador" de Ramatis, o "planeta chupão" citado por Chico Xavier, ou o "Planeta X" procurado pelos astrônomos.

Mas há boas noticias também!!!

Uma das coisas mais interessantes e intrigantes de várias religiões e civilizações antigas é o facto de que todas falam – de uma maneira ou de outra – de uma época a vir em que o mundo vai restabalecer a ordem e o equilíbrio. Uma nova era de Luz, Paz e Amor. ..

A linguagem usada difere dependendo do público e suas crenças mas, para além do convencional, todas parecem querer transmitir algo. Na linguagem dos povos da América usam a expressão “Guerreiros do Arco-íris” para referir-se a todos os seres que vão evoluir para uma forma mais elevada de consciência – o que não tem nada de metafísico mas apenas espelha um processo natural de evolução da consciência possível em todo e qualquer ser humano - e restabelecer a Paz e Harmonia no mundo. Os indígenas Hopi da América do Norte contam:

“Quando a Mãe Terra estiver doente e os animais a desaparecer, vai chegar uma tribo com pessoas de todas as culturas, que creêm em factos e não em palavras, e vão ajudar a restaurar a antiga beleza da Terra. Eles serão conhecidos como os Guerreiros do Arco-íris”.

O próprio arco-iris têm uma simbologia muito própria e única como aquele que estabelece a ponte entre o céu e a terra e que harmoniza todas as cores em unidade e beleza. Assim surge como a promessa de Paz no mundo entre todas as nações e raças. Com igualdade Amor, Paz e Respeito, o ser humano vai finalmente comprender a igualdade de todas as raças e pessoas, por isso o arco-íris - que representa a unidade de todas as cores – mostra como todas as crenças e raças podem conviver em harmonia na unidade de UM mundo e UM povo.

Sobretudo o homem vai conseguir enxergar para além da ilusão da separação e ver a totalidade e interdependência entre tudo o que existe não somente no visível mas também no invisível. Isto não tem, na verdade, nada de metafísico mas representa simplesmente um desenvolvimento colectivo e individual da consciência do ser humano.

Esta transformação coincide com a crença andina do novo Pachakuti. Segundo Victor Hugo Sepúlveda, o Pachakuti “representa uma transformação profunda no ser humano. Uma espécie de renascer das pessoas que se produz a partir do fenómeno climático ou de um grande movimento social que deriva numa transformação total das consciências e assim afecta toda a sociedade establecida”.

Pachakuti representa a divisão de 1000 anos mas também, muitas vezes, a de 500 anos. Pacha significa totalidade, mundo (espaço), tempo, terra e kuti revolução, processo reversivo, transformação, regresso. Assim Pachakuti significa “aquele que transforma a terra”, ou seja, o caos que transforma o mundo, que inicia uma nova era.

“Estamos agora no 10º Pachakuti, um tempo de transição e grandes mudanças. A nossa geração e a das nossas crianças vão ser os instrumentos da criação deste novo mundo, respeitar cada entidade viva, erguer a bandeira do arco iris, para nos tornarmos o exemplo vivo consciente para os nossos irmãos e irmãs”.

Tirado de http://lanacaprina.blog.com



Friday, May 30, 2008

"Coisas que a gente se esquece de dizer"

" Frases que o vento vem às vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cançam de voar"

Amo Lô Borges.


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Há poucas coisas melhores do que uma sexta-feira à tarde nublada e chuvosa em casa.
Nostalgia.

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Realmente, a trilha de Amelie Poulin é do caralho.

Saturday, May 24, 2008

"A wave hello

A wave goodbye"

Estranha essa chamada vida. Eis que, surgido de pó celestial, aparece um cavaleiro andante. Trazendo não um furacão ou tornado, mas uma brisa de primavera. Simples, coerente. E oportuno, eu diria. Em alguns dias você muda. Você que estava desacreditada nas estações do ano, porque achava que só existia o inverno. No máximo um outono para amenizar. Um momento peculiar. Você aproveita a brisa e o cavaleiro. Dança, canta, gargalha, dá uns pulinhos. Sem estardalhaço.
E com a mesma velocidade que veio, ele se vai. Para o pó celestial, aparentemente.
Ele não era perfeito. A brisa não era a melhor de todas. Era apenas boa. Muito boa. Então você sorri e segue pra vida. Amanhã, metade das pessoas nem vai saber que passou um cavaleiro e uma brisa. Você é a mesma. Um pouco modificada. Quem sabe?! A brisa foi, mas ficam as flores, os perfumes, os passarinhos cantando, o sol sereno no rosto. E você se pega às 8h30min, virada de uma noite não dormida. Sem sono. Tentando fazer algum sentido.
Nada de especial. E tudo de especial.


Quem que decide esses encontros?!?! O que isso tudo quer dizer? Qual a moral? O que foi isso?


Vai entender essas coisas da vida...

Sunday, May 18, 2008

"Quero que tudo saia como o som de Tim Maia

Sem grilos de mim, sem desespero, sem tédio, sem fim"


Porque uma noite que toca essa música será no mínimo muito boa.


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Não, não é saudade. Saudade acompanha uma certa nostalgia,
uma vontade de voltar e reviver aquilo tudo de novo.
Não é o caso.
O certo seria carinho. Uma lembrança eternamente carinhosa.
Mas que ficou lá atrás.
A gente pode nunca mais se ver ou se falar. Não faz tanta
diferença. Sempre vou lembrar
de você com um sorriso. Seu lugar já está garantido comigo.
Por isso não é saudade. Saudade trás necessidade de rever,
reviver.
Pensando por esse lado, a saudade é no presente.
Não sinto tantas saudades. Sinto muitas. Mas nem tanto.


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"Tudo errado, mas tudo bem.
Tudo quase sempre como eu sempre quis."

"Eu tô pedindo a tua mão e um pouquinho do braço.
Migalhas dormidas do teu pão.
Raspas e restos me interessam.
Pequenas poções de ilusão.
Mentiras sinceras me interessam"

"A vida não é filme, você não entendeu. Ninguém foi ao
seu quarto quando escureceu."

Ando musical.

Me irrito quando as pessoas falam das "músicas do
passado". Porque elas eram melhores. Como tudo do
passado, né?!
Pois as músicas estão aí para serem consumidas sempre.
Não pertecem a uma época, a um momento. Elas foram
feitas justamente para isso. Para serem livres e
eternas. Passeando tranquilas para as pessoas pegarem
quando convém.
Ainda mais hoje que você guarda a música. Olha que
genial. Você quarda a música para ouvir quando quiser.
Em qualquer época.
Músicas do passado... humpf.

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A questão é a importância que você dá para as coisas.
Esse é o segredo.
As coisas estão aí, acontecendo. Às vezes depende de
você. Às vezes não.
Mas o quanto aquilo importa para você, o tamanho que
tem, o espaço que vai ocupar,
o tempo que vai gastar, a fatia da preocupação...
aí é muito com você sim.
E isso faz toda a diferença. Muda tudo.


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Não vou te levar para minha casa. Porque é minha,
eu estou toda lá.
Não inteira, mas toda.
Meus sonhos, minhas lembranças, minhas ambições,
meu suor, meu cansaço, meus sorrisos,
minhas neuroses, meus medos, minhas paixões. Tá tudo lá.
E eu não sei nada de você. Não posso me abrir dessa forma.
Porque não seria minha amiga.
Depois de algumas lombadas, freadas bruscas,
arranhões, batidas e capotagens, eu tinha que
ter aprendido alguma coisa, né!?


Thursday, May 8, 2008

Ah, se papai me pega agora de anágua e de combinação

Será que ele me leva embora?
Ou não?

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Eu lembro da primeira vez que vi o sol nascer. Estava na casa de uma amiga. Estávamos na varanda conversando alto, todos os vizinhos ouvindo nossos sonhos bobos de 13 anos. Dois prédios eram a paisagem. Eles dividiam o céu em três. De repente um lado foi ficando azul claro, o meio ficou rosa e o outro azul escuro. Fiquei emocionada e achei tudo incrível. Eram três céus no mesmo campo de visão. Quase uma pintura renascentista.

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Eu quero ser linda. Quero me amar. Quero andar na rua e me sentir satisfeita, poderosa, a dona de mim. Quero ter certeza. A satisfação da conquista suada. Quero dançar de calcinha no quarto, sozinha. E me sentir bem. E me bastar.
Se é que isso existe.
Mas existe sim. Não sou maluca, já estive lá. Me perdi em algum momento e não consigo voltar. Droga de passarinhos que comeram o pão que eu joguei. Tá tão difícil de enxergar... Não sei nem por onde começo. Cada hora acho uma coisa, penso numa solução, tenho um pressentimento.

Nem sei mais.


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Que dilema.
Se eu pensar, piora. Finjo que não penso, só para melhorar, mas isso é pensar, então fica estagnado. Chuto o balde, o que também piora. Esqueço por um tempo só que sempre volta.
Preciso de uma luz... Nem que seja de lanterna.


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É sempre isso. Sempre de noite. Aí eu acordo e está tudo bem.


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Eis que 5 min depois de escrever o post, eu recebo uma mensagem linda. E tudo faz sentido mais uma vez. Porque a gente se perde e se acha de novo. Impressionante!!!
Sabe quando a resposta tá o tempo todo do seu lado, você até vê, mas não conecta?
Eu já sabia. Só não sabia disso.

Sunday, May 4, 2008

Boa noite, gente

Sabe os planos finais dos filmes, quando toda a peripécia já aconteceu e mostram panorâmicas do lugar já de volta à normalidade, como era antes, mas sempre com alguma coisa diferente? Os espaços vazios e as marcas do que aconteceu, misturados com a calmaria do final de um ciclo? Uma espiral, porque é sempre pra cima.
É exatamente assim que me sinto. E de repente sozinha em casa, percebo a importância que tudo teve pra mim. E vem a velha alegria que bate no peito e enche o coração de ar e a gente fica mais leve.
Se tivesse uma trilha sonora? Talvez fosse um axé, um pagode, Ace of Base ou Alexia. Na hora era "Stevie Wonder - I Believe", da trilha de "Alta Fidelidade".

E eu nem me sinto cansada. Ao contrário, me sinto cheia de energia e satisfação. Sensação de missão cumprida.

E o que seria da minha vida sem o cinema? E mais, sem as pessoas de cinema? Porque isso não é normal. Essas pessoas não são normais, todos terem se encontrado numa turma não é normal, a afinidade não é normal, o carinho não é normal, o companheirismo não é normal.

Aí você entende e as coisas fazem todo sentido.

Vida é uma coisa realmente interessante.




Ok, eu ainda tenho uma casa pra arrumar, louça pra lavar e muita dor nas costas.

Saturday, April 26, 2008

"O ano passado passou tão apressado, eu sei que foi um corre-corre-corre danado"

"E se não me engano no próximo ano vai ter aquela dose de cicuta que eu vou ter que engolir
Como se fosse um suco de fruta
Como se fosse eu a grande maluca"

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O problema é esse tempo em suspenso. Quando nada acontece.
E eu nunca sei se devemos fazer acontecer ou esperar as coisas acontecerem.

Vida devia ter manual.

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Nas horas de desespero não há nada como respirar e ouvir músicas no ipod.
Até a dor na coluna passa...

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Descobri que quando fico estressada, eu paraliso.
Fico quieta. Muda. E com a cabeça a mil.
Se eu estiver agitada, é porque está tudo bem.
Agora, quando eu estiver quieta, calma, piscando devagar e sem falar muito... preocupação!

Wednesday, April 16, 2008

We've got the whole wide world in our hands

When whe gonna make it work?

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Nada como um olhar jovem, simples, sem preconceito, sem questões anteriores, sem peso.
Um olhar diferente, que mostra uma outra alternativa. E de uma naturalidade, quase singela.
Um olhar que aceita. Reconhece, acolhe, transforma e humaniza.
E dá esperança. Ao menos para mim.

Agora não sei de onde tirei que jovens são simples.
hahahahaha
Talvez sejamos sim. Simples e leves.

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É como desenhar no corpo com batom.
Ou comer pétala de flor.

Como é bom aqui dentro. Confortável. Cabe direitinho...

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Eu me emociono muito fácil. Sempre à flor da pele. E aberta. Impressionante!

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Jogo de futebol é um evento tão bonito.
Eu olho para tv, tem um jogador chutando o outro. Depois, um jogador caído no chão. De repente tá todo mundo se batendo. E por último, o técnico xingando o juiz e empurrando a equipe.
Meigo.

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Certas coisas você só sabe. É como música.
Não tem explicação. Você ouve e sabe.

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Gente, sério, já deu. Tá bom. Chega.
Sério. Acabou a graça.

Eu vou enlouquecer.
Estou sozinha em casa, falando para um computador, comendo barrinhas de cereal light, tomando chá verde, ouvindo um grande repertório de 3 músicas há 2 horas e vendo meu vizinho desenhar sentado sozinho na varanda.

Alguém?

Monday, April 14, 2008

I wanna know what you're feeling There are some things you can't hide

I wanna know what you're thinking
Tell me what's on your mind


Noooooooossa...
Dos achados nos cds largados que um dia você decide ouvir.

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Saber algo sobre o outro que ele não sabe. E que ninguém sabe que você sabe.
Maravilha!
Você só olha para aquela criatura inocente e pensa "pois é, amigo". E de alguma forma tudo faz sentido, porque a vida, apser dos pesares, é muito malandra. E dá vontade de rir às vezes. Afinal, quem nunca soube um segredo que não podia contar? Uma segredo que nem a pessoa envolvida sabe. Bem, também tem as coisas sobre mim que nem eu sei. Eu sei... mas enfim... "Quá, quara, quá, quá, quem riu quá, quara, quá, quá, fui eu"

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Esse cd tá cada vez melhor. Porra!
"Are you having fun?"

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Já me disseram "não aguento mais essas lésbicas. Todo mundo virou lésbica"
Pois eu digo que não aguento mais gays. Todo mundo é gay. Até os heteros. Onde foram parar os homens que não desmonhecam???????

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"Por que as pessoas casam em maio? Para os filhos nascerem em abril! Porra, quanto aniversário."
É... eu já tive 6 até agora. E haja presente. E festa!!!
Não que eu esteja reclamando..mas caralho!




"I'm gonna get you, baby.. I'm gonna get you, yes I am"

Aaahhh
Por isso que eu danço pulando e sou das últimas a sair da pista. Como não?!?!


Monday, April 7, 2008

"If you see me walkin down the street and I start to cry each time we meet

Walk on by"

http://www.youtube.com/watch?v=0R-ZE-gFcBA

Música fodinha.

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O ser humano já é sozinho por natureza.
Separado dos outros por um corpo intransponível.
Só temos acesso às coisas que estão dentro de nós. O mundo lá fora é feito de especulações e mistérios. Nunca sabemos de fato. Na verdade não sabemos nem mesmo das nossas coisas.
Ficamos a nossa vida toda mesmo, só com nós mesmos.
As experiências, por mais coletivas, são sempre individuais. Nossas conquistas no final das contas são nossas (por mais que incfluencie o todo). Nossas coisas importam mesmo para nós.
Afinal, "quem vai cuidar de você senão você mesmo"?

Portanto, indivíduos.

Isso não é ruim. Penso que talvez tenhamos que prestar até mais atenção nisso. Mergulhar em nós mesmos. Nos perceber, em vez de procurar as coisas do lado de fora. Simplesmente não estamos aqui para isso.

Atualmente as pessoas se comunicam menos, se relacionam menos. Há diversos medos e por isso as pessoas se fecham. Mas isso não é necessariamente ruim. Talvea com isso, as pessoas pensem mais nelas mesmas. De uma forma boa. Do auto-conhecimento.
Afinal, nesse mundo daqui, nós entendemos melhor o de fora, quando entendemos o de dentro.

Em outros mundos deve ser diferente. Um dia a gente descobre.



Isso tudo porque eu percebi que nunca, NUNCA devemos permitir que os outros atrapalhem nossas conquistas, nossas construções. Porque é nosso. É o que de maior valor nós temos. Nosso crescimento.

Sim....acredito mesmo que estamos nesse mundo para aprender o nosso individual.
Sem nunca esquecer o coletivo, claro.
Mas o mergulho é para dentro.
E quem sabe numa outra fase a gente não possa mergulhar pra fora?

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A vida é muito engraçada, sabia?!
É só não ter medo... ela manda umas surpresas bacanas. Sério.

Wednesday, April 2, 2008

"We sure are cute for two ugly people"

Disciplina de caracterização e maquiagem. Aula de correção.

* Para aumentar o olho, passe o lápis preto por fora do olho e lápis branco por dentro.
* Para adinar o nariz, faça 2 traços leves com base num tom mais escuro que o da sua pele. Esfumace.
* Para igualar os lábios, diminua o lábio inferior e aumente o lábio superior com um lápis cor de boca delineando o novo formato.

Só que depois você descobre que gosta do seu olho pequeno. Na verdade até passa o lápis preto por dentro pra ele ficar menor. E fez as pazes com o nariz. E sempre amou a boca.

Nem parece você no espelho.
Chega em casa e lava o rosto correndo.


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É me entendendo que entendo os outros.
Depois de algum tempo, percebi que todo mundo tem o direito de pensar o que quer, fazer o que quer, considerar o que quer. Porque eu não estou com muita paciência para não pensar o que eu penso ou não sentir o que eu sinto. Estou deixando ser. E não é que funciona?!
Então eu aceito. Aliás, não tenho que aceitar nada.
E vice e versa.

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Entrando no prédio:

- Oi, Ana. Tá tudo bem?

E eu fiquei sem resposta. "Na verdade não. Ando esquisita. Às vezes feliz, produtiva, animada, falante. Outras, sozinha, medrosa, muda. Com vontade de chorar"
Continuei muda.

- Mas vai passar. Eu te conheço, quer dizer, conheço assim de passar, sabia que você não estava bem. Mas vai melhorar.

- Vai melhorar sim. Valeu.

Achei lindo.

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Saudade. Saudade da porra.
Das pessoas que se foram e não voltam mais. Das pessoas que estão aqui e eu nunca vejo. Das coisas que aconteceram e não vão mais acontecer. Das sensações, dos cheiros, dos pensamentos, do meu quarto, da vida.
É tanta coisa que acontece. Tanta coisa boa. Parece que não vai caber tudo no peito.
Só de pensar nas coisas boas que ainda não aconteceram então... será que com 80 anos eu vou aguentar de tanta saudade, de tantas coisas?!?!?!

E haja margarina becel.

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Mulher é um bicho engraçado.
Todas querem as mesmas coisas, mas não se permitem. Estão sempre se reprimindo, boicotando, criticando.

Antes eu achava que deveríamos nos permitir. Até nos forçar para sermos o que queríamos.
"Porque nós ficamos mais autênticas quanto mais nos parecemos com o que sonhamos que somos." (Agrado - Almodóvar).

Agora discordo. Acho que temos que ser o que somos. O que é confortável no nosso corpo. Afinal, quem vai ficar 24h por dia dentro dele?!
Parece bobo, né?! Sempre parece.
Mas é como o cara que fez uma cirurgia plástica no nariz e depois não se reconhecia mais. Não se sentia ele mesmo.


É. Eu nunca fui outra coisa. E agora mesmo que não quero ser.




Monday, March 31, 2008

"E se não for, valeu

E se já for, adeus"

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- Chapeuzinho, leve esses docinhos para a sua vovó. Vá pela estrada larga, movimentada, iluminada e policiada. Não pegue a estrada estreita, deserta, escura, sem acostamento e sem cobertura do sinal para celular.

Claro que Chapéu escolheu o segundo caminho. Mas o pior é que Cachinhos Dourados estava com ela. E começou a chover.


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Você está vivendo. Canta, estuda, trabalha, bebe, ri, dorme, toma banho, paga contas.
De repente você tem uma sensação diferente. Como se algo fosse acontecer. Uma surpresa boa.
É algo como parar de respirar por 2 segundos. E depois respirar profundo.
Aí toca a campainha e você esquece.

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"Eis o melhor e o pior de mim"

" Não é impossível
Eu não sou difícil de ler"

" Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"


Marisa Monte é um ser interessante.


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Monday, March 24, 2008

Não é que eu não seja uma pessoa dada

É porque ninguém me come.
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Ser cachorro de rua deve ser esquisito. Você fica rodeado de seres que não são cachorros, muito maiores que você e ainda vem interagir. Tem os carros passando, as bicicletas, o chão que esquenta. Estranho.

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Campanha "Eu quero um Patrick Wilson"



Aceito presentes adiantados de Dia das Crianças.

Sunday, March 9, 2008

"Everything is perfect now. I held my breath"

Um dia você decide arrumar a casa. Tranca a porta e sai mudando tudo. Varre o chão, joga a poeira fora, tira da caixa as coisas velhas, pinta a parede, lava os leçóis, troca a lêmpada do abajur e compra um cachorro.
Depois dos trabalhos finalizados você abre a porta e deixa aquele sol quente entrar. O vento vem de brinde. Senta no sofá, relaxa e espera as pessoas que vão aparecer para te visitar. Deixa a porta aberta, com vista pro jardim. Às vezes sai pra colher umas flores ou recolher o leite que o leiteiro deixa na porta. Espera.
Só que ninguém aparece. E você começa a se desesperar. Mas para não deixar a bola cair, programa uma festa, mesmo que seja só pra você. Compra bebidas, comidas e cds novos. No fim do dia ficam garrafas por todos os lados, papéis de bala espalhados, alguns cds arranhados e uma cadeira quebrada. Pois é, lá está aquela casa zoneada de novo.

Eu sinceramente não sei a solução. Arrumar a casa de novo e da próxima vez só deixar a janela aberta caso um vizinho queira pedir o açúcar emprestado ou se colocar o travesseiro debaixo do braço e procurar um novo lugar pra morar.
Só não esqueça o cachorro.

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"Uma pessoa é tanto mais autêntica quanto mais se parece com aquilo que ela sempre sonhou para si mesma"

Agrado. Almodóvar.

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Tinha uma menina ridícula se sentindo desconfortável num lugar meio apertadinho com loiras de cabelos longos e saias curtas andando de um lado pro outro. Claramente desconfortável.
Alguns drinks depois eu comecei a ser eu mesma. E não é que deu certo!?
Fácil assim.


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"Você fica linda no palco. Passa uma sensação de felicidade. Seus olhos ficam brilhando. Porque você sorri com os olhos, né?! É indo. Você no palco é emocionante"

É. Às vezes alguém sem querer te lembra a razão de tudo aquilo. Porque a gente quase se perde de vez em quando. Mas elas aparecem. E tudo se encaixa.


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http://www.youtube.com/watch?v=BFff-FekFWU

Tuesday, March 4, 2008

"Essa é a dança dos bichos...

E aí, que bicho você é?"


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Passeando num dia não muito importante, debaixo de um calor inacreditável, passa por mim uma singela borboleta. Na verdade nem tão singela. Era uma borboleta enorme. Uma das maiores que já vi. Amarela e preta. Linda. Ela ia voando por entre as pessoas, os carros, os postes, as árvores. E ninguém reparava. Cruzava a calçada várias vezes, batendo as gigantescas asas bem devagar. Parecia até um pássaro. Eu fiquei acompanhando com o olhar. Tão apaixonante. Até que ela entrou numa casa abandonada e sumiu.

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Todo mundo tem opinião sobre tudo. Principalmente sobre a vida alheia. Eu mesma tenho umas opiniões sobre certas coisas e pessoas que ninguém imagina. Mas...cansa. Porque no final das contas só a própria pessoa passa 24h com ela mesma e é capaz de sentir o que ela sente.
Por isso desisti de tentar entender os outros. E de tentar fazer com que os outros me entendam.

O que na verdade é mentira.
Porque me perguntaram o porquê de eu escrever num blog.
No final das contas acho que é uma tentativa de mostrar pros outros quem eu sou, o que penso e como penso.
Escrevo pra mim, por necessidade de "falar". Mas não se fala sozinho. Eu escrevo para alguém ler.

É, eu quero sim que as pessoas me entendam. Droga. Odeio pessoas.

Thursday, February 28, 2008

"Chorei, não procurei esconder

Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que mulher
Venha lhe dar a mão
Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima"

Maria Bethania é FODA.
Pedro, nunca vou te perdoar por ter ido ao show dela com outra..
Gggrrr

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"Se Deus passar um ímã, a gente voa"
Pérolas do Ricardo

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Quem sabe mais de nós do que nós mesmos?
Ninguém.
O problema é que tentam nos convencer do contrário.
Coitados.

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Solidão é ver uma nuvem rosa e não ter pra quem contar.
Mas quem não se sente sozinho às vezes?
Em casa, vendo filme dos anos 60 deitado no sofá. Rindo sozinho.
Desejando com todas as forças que alguém ligue chamando para
tomar um
sorvete com calda de chocolate.
E quando ligam, diz que não quer ir.
Porque bate aquela preguiça. E as almofadas estão tão
confortáveis...
E é tão mais fácil.

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Minha hamster morreu. Simplesmente parou. De uma hora para
a outra.
Não fiquei triste no início. Minha mãe chorou. Meu padrasto
chorou.
Interraram no jardim.
Depois veio aquele pensamento "eu podia ter sido uma mãe
tão melhor".
Lembrei da carinha dela. Das vezes que ficamos brincando.
De quando ela vinha com cara de sono de manhã.
Bateu aquela tristeza da imcompetência.
E aquele velho sentimento de não ter aproveitado enquanto
durou.

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Como minha mãe diz "Não dá em poste. Só em ser-humano mesmo"



Tuesday, February 19, 2008

"Please don't stop the music"

E quando eu estou solteira quero namorar. Quando estou namorando quero ficar solteira.
Quando estou de férias, quero aula. Quando estou em aula, quero férias.
Verão? Quero inverno com fundue. Se é inverno... quero praia.

O ser humano. Vai entender.


Parei de planejar. Porque simplesmente não adianta. Perda de tempo.
Parei de pensar como as coisas vão acontecer. Outra perda de tempo.
Agora só me preocupo quando acontecer. Só escolho quando tiver que escolher.
Só penso quando acontecer.

Enquanto isso eu tomo sorvete e leio Rose Marie Muraro.

Tuesday, February 12, 2008

"E assim, tanto faz... e daí, nada mais"

Papapapapapapapapapa
(som do saxofone clássico dessa música)

Estou o cúmulo do sem assunto.
Nada pra contar. Nada pra perguntar. Nada pra saber.
E também não tenho pensado muitas coisas.
É. Isso aí.




Ah. Sim. É Paralamas. Ska.

Monday, February 11, 2008

"Ando tão à flor da pele..."

http://www.joystick.bz/js2-cocointro.php

Das coisas que a gente acha na internet...
A música 14 é a melhor, vai.






http://www.youtube.com/watch?v=r4yndU6NqUE

O clipe é tosco, mas a música é muito boa.


Essas duas músicas certamente fazem parte do meu cd de "músicas para ouvir na hora H".
Tudo vai ser bem calculado, para não errar a ordem e obter o efeito inverso, né, Sô!?!?
Porque o ouvido também é um órgão sexual.

Wednesday, January 23, 2008

"Pensar é mover-se no infinito"

Lacordaire

"Não há mais luxúria que a de pensar. Só uma a sobrepuja: a de pensar bem. Porque pensar é uma perversidade incomensuravelmente delicidosa"
Goldofredo de Alencar

"O poder fazer o mal não é triunfo, pois só na justiça há vitória"
Camões



Nunca pensei que fosse ler tanto no verão em Maceió.

Monday, January 21, 2008

Que saudades do céu, do sal, do sol de Maceió

Hoje eu não quero ser forte
Não quero ser sensata
Não quero ter razão e agir conforme o esperado
Hoje sou descontrole
Sou exagero
Grito, pulo, salto
Nuvem
Não sou chão
Na-na
Hoje não. Amanhã.
Porque hoje eu quero surpresa
Quero musica. Valsa na cozinha. Brilho no olho. Choro.
Quero comer bolo com a mão.
Hoje eu vou só sentir.
E não vou ser aquela.




Isso foi ontem.
E agora estou correndo pq meu tempo acabou no pc.
E beijos alagoanos, cariocas e recifenses.

Thursday, January 10, 2008

"Nem toda feiticeira é corcunda, nem toda brasileira é bunda

Meu peito não é de silicone
Eu sou mais macho
Que muito homem..."

Ai, ai, o bom-humor...
=)





Arrumei meu quarto. O armário. Até as gavetas. Inédito. Separei um número infinito de roupas parar dar. Bom começo de ano.




O que será que dizem sobre mim?
"Quem é Ana?
- Ana? Aquela que..."

Porque é muito difícil (na verdade fácil e insuficiente) resumir uma pessoa. Ou a vida de uma pessoa. Fiquei imaginando como seria um filme sobre a minha vida. Ou um livro. Não tem como. Uma pessoa não tem só certas características. Todo mundo é tudo em algum momento. E na arte algumas coisas ficam valorizadas e outras esquecidas. Não dá pra fazer isso com a vida de uma pessoa. Tudo é importante. Até o alfajor que eu comi hoje (aliás, estava uma delícia) faz diferença. Eu sou alegre, animada, depressiva, imatura, arrogante, inteligente? Não... mania chata essa.





Sendo muito franca? Estou precisando exercitar o meu tesão. Ele anda muito sozinho...


I'll be the one
I'll be the light
Where you can run
To make it all right

Quem lembrar dessa ganha um doce!
Ahhh, essa sempre foi a música para eu escutar nas horas tristes. Não tem como não me animar. E sabe que continua funcionando? Incrível...




Tenho me reencontrado com todas as minhas fases. Fiz um cd só de músicas da infância. Passei um dia inteiro procurando coisas dos anos 90 no youtube. Entrei num estado de transe até. As pessoas falavam comigo, mas eu tava flutuando (resultado da oficina de erê que abriu esse canal). Uns dias antes eu resolvi escutar todos os meus cds dos Backstreet Boys. Lembrei de taaanta coisa. No caso, sensações. Imagens. Pensamentos. O que eu queria, desejava, vivia...

Uh-la la



Sunday, January 6, 2008

Adeus ano velho...feliz ano novo...

Descobri que um reveillon tranquilo, sóbrio e apenas de caráter festivo também é muito bom.
Descobri que não existe dieta nas férias.
Descobri que eu sinto muita falta de muitas coisas.
E que depois que o efeito da bebida passa a saudade se esconde.
Descobri que todos os homens bonitos do mundo estão em Angra.
E que têm namoradas.
Descobri que sempre fui feliz.
Descobri que sofro à toa.
Que Batman é muito legal.
Que Maquiavél tinha razão.
Que gêmeos podem ter pais diferentes.
Que a gente nem imagina o que os outros pensam da gente.
Que tudo é possível.
Que eu não tenho planos.
E que eu não faço a menor idéia do que vai acontecer em 2008.