Thursday, February 12, 2009

"She's got electric boots, a mohair suit. You know I read it in a magazine.

Bennie and the Jets".

Tão repetitiva. Sou daquelas que deixa a música no repeat e esquece. Até tento mudar, mas a vontade de ouvir mais uma vez os acordes é maior que o pudor com a mania.

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"Para que serve a Providência divina se permite a morte de uma hajjala e deixa um Hmed devastar as rosas impunimente?"

"Acho que Deus nos ama a ponto de velar sobre nosso sonho mesmo se roncarmos."

"Ah, minha amêndoa! Não fique assim tão surpresa. E aprenda de uma vez por todas: diante dos pecados de uma mulher, os anjos são homens iguais aos outros."

Acabei. As últimas páginas dos livros são desesperadoras. Porque é impossível parar. Eu já caía de sono, a vista ficando embaçada. Não conseguia parar. Eu precisava saber o que mais ela tinha a dizer. Depois de acompanhar sua vida, suas intimidades de criança, menina, mulher, senhora de si e dos outros, o mínimo que eu poderia fazer era continuar lendo. Compartilhando daqueles horrores e daquelas maravilhas.

Preciso concordar com Badra/Nedjma: "Só a literatura possui uma eficácia de 'arma fartal'".
Não me parece que os relatos dela caibam em imagens em movimento, em texto cantado ou pinturas. A literatura serviu perfeitamente. Não sei exatamente o porquê. Como se os maiores absurdos reais não possam ser mostrados com obviedade. As palavras aliviam e permitem a pausa para degustação e horror.


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Um post sobre vício e outras coisas.

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