Monday, June 16, 2008

Tem uma louca descontrolada na minha cozinha.

Acho que sou eu.

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Vamos fingir que eu não me importo. Porque de fato os sentimentos andam amortecidos ultimamente. Talvez por causa da baixa temperatura do inverno ou das folhas secas das estações passadas. Poucas tem sido as excitações no meu dia-a-dia. Algumas mensagens antigas, lidas sem querer, me dão arrepios inesperados de medo. Fotos de quem nem imagina ser observado por mim me trazem certo sorrisinho no rosto, com um ar de esperança no peito. Nomes jogados de repente nas conversas suscitam uma raiva incontrolável em mim, que só comprovam o (não) desfecho, desagradável que foi, bastard!

Assim, mais um dia dos namorados de solteira se passou. Mas dessa vez sem lamentos. Confesso ainda que esqueci na maior parte do dia que estava sozinha numa data tão convidativa para amassos de baixo do cobertor. E em outros momentos eu até agradecia estar sem galente companhia.

E então, depois de ouvir pela cédima sétima vez a mesma música do A-ha, descubro que tem um sangua correndo de mãos dadas com um calor eterno em mim. E que a vida é só uma questão de tempo. Eu sei, e não minto. Já até ouço aquela vozinha "quer dizer que você pára de se importar com a solidão, por que só assim ela passa?". Saia voz chatinha. Porém não é esse o caso. Eu, por alguma razão que ainda desconheço, parei de me importar. E passei a preferir a solidão.

Por um lado é assustador a perspectiva de ficar sozinha ainda por muito tempo por opção. Terei eu virado uma grande solitária, como os artistas do século XVII?! Mas aí toca pela décima oitava vez o A-ha... E eu decido escrever sobre isso, para outras pessoas (não sei exatamente quais) lerem. Então, não deve ser tão desimportante, não é mesmo?

Assim, eu sigo com o pensamento dos últimos dias: "Ah, não me olha, por favor. Me ignore. Me deixe aqui sozinha, onde só eu converso comigo e não há cobranças excessivas de nenhum dos lados. Pois eu sou minha melhor companhia". Até chegar a vida e embaralhar as cartas de novo.

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Frase para a vida:

Só precisa ser proibido aquilo que é fortemente desejado.

Dá-lhe, Freud!

1 comment:

Marcela Bertoletti said...

Adorei o frase do Freud!
A solidão é agradavél às vezes.
Beijos