Sunday, August 17, 2008

"Não há nada que se possa fazer melhor que sonhar, de tudo querer"

"Vamos juntos, o pior já passou. Viver é melhor."

Eternamente Lô Borges.

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Lembrei de quando te amava. Nós dançando, nus, com os corpos colados. Lembrei da tua respiração e do teu gosto. Dançando em câmera lenta, porque você nunca foi muito bom com ritmos. Sua pele fina, delicada, gostosa de abraçar. Meu corpo cheio de volumes e curvas apertando seu corpo duro, magro, cheio de ossos. A boca carnudas. Sabe que nunca gostei de bocas carnudas? Beijava e gostava porque era sua.
Incrível. Por alguns minutos eu voltei a sentir tudo. Como se tivesse acabado de acontecer. Tudo porque ouvi uma música do Gil. Pior que ele nunca foi nosso cantor.
Vai entender.

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Nunca pensei em ficar com você. Mas depois daquele beijo, tudo mudou. Não esperava por isso. Completamente surpreendente. Há uma tensão entre nós que causa aquele nervosismo sexual, aquela pulsação ofegante. Não sei se é a voz, o jeito de falar ou a pele. Ah, a pele... Quando você me toca “sem querer”. Passa a mão na minha, esbarra no corredor, encosta a perna no meu braço. Pior ainda quando você finge que presta atenção no que eu falo. Puxa um assunto bem ordinário e fica me olhando com cara séria, como se nada daquilo mexesse, fosse apenas um papo corriqueiro. Fico completamente desconsertada. Perco o raciocínio e esqueço as palavras. Eu falando qualquer coisa. Você fingindo que está ali pela conversa. Mas nós sabemos muito bem o motivo de estarmos ali. Só não demonstramos. Você, nem uma respirada fora de hora.

No fim o assunto acaba, nos olhamos por alguns segundos em silencio e vamos embora. Um “tchau” bem desinteressado. Depois alguém volta, puxando um outro assunto completamente irrelevante. Dessa vez mais rápido. Só para ver no que vai dar. De novo o “tchau”. Hum. É.

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Hoje eu não fui. Me controlei e não procurei seu endereço, não tentei ler seus pensamentos, não tentei. Não que você fosse exatamente um vício, mas acabei dando uma importância muito maior do que a de fato real. Posso até confessar aqui que às vezes preciso me esforçar para lembrar do seu rosto. O problema é que lembro. E lembro como me sentia. E era bom. Mas no fim não faz diferença. Porque você está aí vivendo, completamente alheio a qualquer coisa que esteja acontecendo comigo. Por opção sua. Então, o quê posso fazer!? Não te alimentar. Agora você vai ficar só a pão e água, até acabar aos poucos. E quando você for, não vou nem perceber. E vou sorrir no final.

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Tenho tido surtos de criatividade incontrolável.
Realmente, viver é sempre a melhor opção.
Faz um bem. Ao que tudo indica melhora até o raciocínio e estimula os pensamentos.

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E mais uma vez eu aqui emocionada. Emoção do tipo peito aberto e sorriso no coração. Pelos mesmos motivos. Pelas mesmas pessoas. De novo com trilha sonora. Porque é filme. Em todos os sentidos.
Eu chamo isso de amor. E vida. O que dá no mesmo no fim das contas.

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